Contratar os profissionais errados pode custar bilhões, diz pesquisa. IBM, Natura e Nextel usam o LinkedIn para acertar em cheio na seleção. Veja como
IBM: empresa reduziu gastos com contratação em 40% com parceria com mídias sociais
Contratar as pessoas erradas sai caro. Segundo um estudo feito pela PwC e o LinkedIn, os gastos com desligamentos e seleções de novos funcionários em empresas de 11 países, somadas, podem chegar a 19,8 bilhões de dólares.
Participaram do levantamento companhias da Holanda, Reino Unido, Canadá, Singapura, Estados Unidos, Austrália, França, Alemanha, Índia, China e Brasil.
A pesquisa cruzou os dados das interações de 277 milhões de usuários da rede social corporativa com informações de 2.600 organizações clientes da consultoria.
O cálculo tomou como base a quantidade de demissões de pessoas com menos de um ano no cargo em cada país, dentro da amostra da PwC, levando em conta que o turnover dentro desse prazo é considerado evitável e indica erros durante o processo de recrutamento.
A partir daí, estimou-se quantos empregados teriam sido desligados no primeiro ano de contrato caso o desempenho de cada país fosse igual ao daquele com o menor índice (a Holanda, com 4,8% funcionários demitidos nos primeiros 12 meses).
Da diferança entre os dois dados, foi possível calcular qual era o "excesso" de admissões em um ano. Então, multiplicando esse número pelo custo por contratação, chegou-se ao valor que cada país poderia economizar se suas companhias escolhessem as pessoas adequadas para as vagas abertas.
Como encontrar as pessoas certas
Se a dificuldade das empresas em encontrar profissionais qualificados antes estava diretamente atrelada ao aquecimento do mercado, a partir de 2008, mesmo com a economia fraca, esse desafio continua crescendo.
Foi o que descobriu a consultoria PwC ao ouvir cerca de 1.200 presidentes de empresa de todo o mundo, durante 17 anos.
Para João Lins, sócio da PwC, muito provavelmente, esse novo cenário está ligado às novas tecnologias e possibilidades hoje existentes.
E, sendo assim, para que as companhias sobrevivam a ele, "reposicionar as práticas de recursos humanos é essencial", disse o executivo em um evento realizado pelo LinkedIn nesta quarta-feira, em São Paulo.
Isso significa que o tempo em que receber e analisar montes de currículos era o principal instrumento para uma empresa conseguir bons funcionários deve ficar para trás.
Com a grande quantidade de informações acessíveis pela internet e os ínumeros recursos para estudá-las sob diferentes recortes, o big data está se tornando um grande aliado do RH na hora hora de formar equipes.
Prova disso é que, na IBM, depois que a análise de dados e as redes sociais começaram a ser usados nesses processos, o gasto com contratações caiu cerca de 40%, segundo Alessandro Bonorino, vice-presidente global de aquisição de talentos da companhia.
No evento, em São Paulo, ele contou que há três anos, quando assumiu o cargo, cerca de 4 em cada 10 processos de recrutamento feitos pela organização precisavam do auxílio de um headhunter.
Hoje, pós a parceria com mídias sociais, essa dependência caiu para 10%. Ele diz que o apoio de profissionais especializados em achar talentos é importante em algumas áreas específicas, mas pode ser evitado naquelas de muita rotatividade.
De acordo com ele, só no último ano a IBM contatou mais de 1 milhão de candidatos a emprego nos 170 países em que ela atua.
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